segunda-feira, 31 de outubro de 2011

TUDO ISTO,É RIBATEJO!!!

SANTARÉM RENOVADA E REFRESCADA
FOTO LÍDIA

TUDO ISTO, É RIBATEJO

Em manhã de primavera
Meu Ribatejo a florir
És lindo jardim à espera
Que desperte o meu sentir

Vi lindo quadro sem par
Passeando à beira Tejo
Cavalos a galopar
Em liberdade que invejo

Lezírias touros e fados
Nunca se vão separar
Cavaleiros e campinos
Forcados a acompanhar

Com seu traje bem garrido
No seu vestir a rigor

Ao touro tu dás castigo
Ao cavaleiro o valor

Ribatejo é valentia
Com calor de praça cheia
Vibra com mais alegria
Quando algum filho toureia.

LÍDIA FRADE

POEMA DE UMA PEDRA NO CHARCO Refúgio 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO

ADORO FOTOGRAFAR UM LINDO PÔR DO SOL!!!!
CADA PEDAÇO DE CÉU ERA DIFERENTE

AS MESMAS NUVENS, EM CADA MOMENTO COM O SEU TOM


ATÉ OS FUMOS RASTOS DA PASSAGEM DO AVIÃO TRAZEM CORES AO CENÁRIO

SOBRE O LUZ DE FUSCO DAS CASAS, O TONS LINDOS DELIRANTES NO HORIZONTE

AS SOMBRAS JÁ CAIAM SOBRE ALMOSTER, JÁ SÓ SE VIA O CÉU EM MOVIMENTO
ERA IMPERATIVO SUBIR ATÉ AO CABEÇO DO MOINHO DO PAÇO E FOTOGRAFAR

ATALAIA, ESTA A MINHA RUA, COM O ESPECTACULAR PÔR DO SOL

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO

CIGANOS POBRES.... PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO!!!

 
ESTES AQUI NESTA ÉPOCA....AINDA NÃO CONSEGUIRAM A CARRINHA BRANQUINHA, TODA BEM FECHADA SEM DAR ENTRADA AOS MIRONES, PARA AS SUAS MERCADORIAS.

IAM ATRAVESSANDO O RIBATEJO...NAS SUAS HUMILDES CARROÇAS E MACHOS.

IMAGINEIOS A CAMINHO DO ALENTEJO,.... POSSIVELMENTE PARA SE JUNTAREM A OUTROS FAMILIARES.... POSSIVELMENTE JÁ TEEM  UMA CASA... POSSIVELMENTE AS CASAS DOS CONTRIBUINTES!!!

ATÉ AINDA BEM POUCO TEMPO... EU SEMPRE TIVE UMA IDEIA MUITO ROMÃNTICA SOBRE OS CIGANOS, AS MINHAS LEMBRANÇAS DE INFÃNCIA EM QUE OS VIA SEGUIR ESTRADA FORA EM CARAVANAS DE CARROÇAS, ANIMAIS, CRIANÇAS, VELHOS NOVOS E VELHOS ATÉ OS CÃES SEGUIAM EM CARAVANA, COM OS SEUS TERES E HAVERES.

MAIS TARDE... FAZIAM FAMILIAS INTEIRAS A CAMPANHA DO TOMATE, A TRABALHAR PARA O MEU PAI, TUDO ISTO....OUTROS TEMPOS EM QUE NÃO TINHAM SUBSIDIOS, NEM CASAS OFERECIDAS PELOS NOSSOS GOVERNOS.... PARA NÓS PAGARMOS MUITAS VEZES BEM AMARGURADOS, PARA O FAZER.

FOI POR ISSO MESMO QUE QUANDO ME DEPAREI COM DUAS CARROÇAS DE CIGANOS, FIQUEI FASCINADA PELA IMAGEM, NÃO IRIA TER OUTRA OPORTUNIDADE PARA O FAZER.... E FOTOGRAFEI COMO CONSEGUI!!!
AQUI ESTAS FOTOS FORAM FEITAS JÁ QUASE DOIS ANOS NA ROTUNDA AO FUNDO DA CALÇADA DO MONTE, EU CONDUZINDO E FAZENDO FOTOS... CASO DE POLICIA!!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

SONHOS DE CRIANÇA RIBATEJANA

FOTO PAULO OLIVEIRA

SONHOS DE CRIANÇA NA CHARNECA RIBATEJANA

E sonhando o que iria ser na vida
Nesse sonho, que nunca me abandonou
Numa aldeia não via muita saída
Passou tempo, o sonho se concretizou

Estudei, brinquei, a muitas árvores trepei
Fiz de tudo, as coisas próprias da idade
C omi figos nas figueiras, e cerejas apanhei
Das maldades que fiz, hoje não tenho vaidade

Minha escola era longe, chegava-mos lá a pé
Depois de comer em casa, as sopinhas de café
Com alegria de pássaros, e livres no caminhar

Fui cumpridora de regra, e até bem comportada
Mas levei com um chinelo, devido á tabuada
E não gostei da professora… no modo de ensinar.

Lídia Frade

domingo, 23 de outubro de 2011

PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO


BENÇÃO A SANTARÉM

Sobre o Tejo, o miradouro
Das lezírias, não há mais belo
Erguesse a vista no espaço
Pelas muralhas do castelo

Dos olivais, há charneca
No alto, te vêem formosa
Subindo as tuas ladeiras
Te encontram mais majestosa

Convento de S. Francisco
O mais velho da cidade
Santa Clara e a bela Graça
Seguem-te logo na idade

S. João e S to Estevam
S. Nicolau está também
Olhando para Santa Cruz
Te abençoam, Santarém

Entre os heróis e poetas
Fidalgos e ricos senhores
Uns te louvaram em graça
Ou te ofereceram amores

Com becos e ruas estreitas
Assim nasceste menina
Por perto há sempre uma fonte
Cantando água cristalina


Poema galardoado com o 1º LUGAR DE LETRA MUSICA DE LÍDIA FRADE,  INTERPRETAÇÃO DO GRUPO CANTARES DA VILA  no CONCURSO

” VAMOS CANTAR SANTARÉM”

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MANIQUE DO INTENDENTE......PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO

MANIQUE DO INTENDENTE

PALACIO DO INTENDENTE PINA MANIQUE

Manique do Intendente é uma freguesia portuguesa do concelho da Azambuja, com 35,97 km² de área e 1 392 habitantes (2001). Densidade: 38,7 hab/km².

PALÁCIO COM O JARDIM FRONTAL


SILÊNCIO

No silêncio da noite
Onde a vida me parece
Adormecida por completo,
Quando a noite é do silêncio
E parece haver só vida,
No bombear do sangue
Nas minhas têmporas
Meio adormecida.

No silêncio...
Me vêm chegando
Os sons longínquos
No vento que sopra,
O som, que corta o silêncio
Do comboio, batendo nos carris,
E os motores roncando
Chegando ao meu ouvido
Transportados, pelo eco das encostas,
No serpentear de estradas
Na transformação de sons
Em vida, em movimento.

No silêncio...
O latir do cachorro, rafeiro de rua
E dos galos, que ainda cantam
Nas capoeiras da aldeia, silenciosa
Do miar, parecendo grito de gente
Das gatas com cio
Em tempo de amar.

No silêncio...

O arrulhar de uma rola
O piar sonoro dos melros
O pesado e agoirento silvo
Do mocho ou da coruja,
O “pilpirear” contente e feliz
Dos pardais,
De que não conheço a identidade,
E o meu rouxinol cantante
Que eu adoro, por ser livre,
E por vir cantar para mim,
Em mais um dia de luta
Que eu vou transformar,
Em vida.

Lídia Frade










CASA DA CÃMARA PRAÇA DOS IMPERADORES
Em 1924, foi desanexada desta freguesia a vizinha Vila Nova de São Pedro e, em 4 de Outubro de 1985, foi criada a freguesia da Maçussa, também por desanexação de Manique do Intendente.
Durante a Idade Média e Moderna, esta freguesia chamava-se Alcoentrinho, em correlação com a vizinha Alcoentre. Em 11 de Julho de 1791, a rainha D. Maria I concede ao seu intendente geral da polícia, Diogo Inácio de Pina Manique este lugar, o qual se passa a chamar, em sua honra, de Manique do Intendente, tornando-o vila sede de concelho. Porém, em 1836, foi extinto pelas reformas liberais de Passos Manuel, tendo sido integrado no concelho de Alcoentre (o qual também viria a ser extinto em 1855), e perdendo o estatuto de vila.

                                      
PRAÇA DOS IMPERADORES
Diogo Inácio de Pina Manique pretendia fazer de Manique do Intendente uma majestosa cidade planificada de cunho neoclássico, exemplo do despotismo esclarecido, que se tornaria sede de concelho e até, talvez no futuro, capital de Portugal. Segundo o plano urbano estabelecido, o centro da povoação seria uma imponente praça de formato hexagonal (baptizada de Praça dos Imperadores), de onde irradiariam seis extensos arruamentos (baptizados com nomes de imperadores Romanos). O plano também estabelecia a construção de um palácio senhorial para residência do próprio Intendente Pina Manique.

A concretização do plano urbanístico foi interrompida com morte de Pina Manique. A Praça dos Imperadores foi construída mas, dos imponentes edifícios que a deveriam rodear, apenas foi edificada a neoclássica Casa da Câmara, limitando-se os restantes a casas simples. Apenas foi construída a parte inicial das vias irradiantes previstas que, apesar de pomposamente chamadas de Ruas de César, de Augusto, de Trajano, de Sertório e de Justiniano, nunca chegaram a passar de pequenas travessas. Do palácio de Pina Manique apenas foi concluída a capela, que se tornou a igreja matriz da vila, e parte da sua imponente fachada.
Apesar do plano urbano de Manique do Intendente só ter ficado pelo princípio, a vila ainda hoje surpreende o visitante desprevenido, que nunca esperaria encontrar aquela grandiosidade arquitectónica numa povoação tão exígua do interior rural.










ORIGEM DE TEXTOS WIKIPÉDIA

LÍDIA FRADE

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO

CONTO...... ENTRE A CORAGEM E O MEDO!!!


CONTO

ENTRE A CORAGEM E O MEDO

Luísa vivia ali naquele casal da Avessada, era uma casa já fora do lugar, da povoação de Vila de Novais a que pertencia.
Era uma casinha modesta, construída em tufos, que era uma espécie de terra branca, a que chamavam Caeiro, certamente por ser de cor comparável á cal, e onde poucas coisas cresciam, algumas ervas daninhas ou mato bravio, contudo era uma espécie de material com que, numa época de dificuldades e pobreza, as pessoas se valiam para fazer as paredes das casas.
Os terrenos como se sabe são de variadas espécies conforme de onde estão integrados: mais arenosos, ou de areias puras, de barros mais ou menos fortes, e que um bom barro dá para fazer qualquer material ou peças, ou, já por uma via mais industrializada como as fabricas. Ali pertinho da casa avia essa espécie de Caeiro, de onde se tinha extraído as paredes da casa onde vivia Luísa.
Para extrair os blocos, escolhiam sempre pelo terreno mais duro que, era cortado com ferramentas adequadas, normalmente em blocos retangulares, que depois de bem aparelhados iam fazer as paredes, como se fosse os tijolos das construções de agora.
O que estou aqui a falar, é coisa que poucas pessoas conhecem, só os mais antigos, isso levou-me a relatar, para que pelo menos, essas poucas pessoas que iram ler este meu texto, fiquem com esse conhecimento.
E era aqui que Luísa vivia, nessa casinha que ficava a pouco mais de uns cinquenta metros da estrada, num terreno de alguma inclinação, era um carreiro de pé posto que fazia a ligação entre a estrada e a casa, ladeando esse carreiro havia uma oliveira, duas figueiras, e uma nespereira, ainda uma ameixeira, todas estas árvores davam frutos abundantes.
Na frente da casa, uma rua ou logradouro, de terra batida, uns alegretes para flores, feitos com pedras toscas retiradas das terras, na frente das duas janelas, depois duas portas, uma da sala que raramente se abria, e outra na cozinha por onde tudo, e todas as pessoas entravam, era com duas meias portas, pela altura de uma pessoa crescida, tinham uns pequenos vidros retangulares, para entrar um pouco de luz na cozinha.
Aquela casa não tinha luz eléctrica, toda a aldeia já a tinha, havia alguns anos, contudo como a casa já estava considerada fora da localidade, não tinha tido direito a esse bem, e quando foi possível isso acontecer, foram os donos da casa que tiveram de fazer todo o investimento.
A estónia que vou contar tem um tempo, que, são cinco anos após o casamento de Luísa, e, alguns meses após o nascimento de sua filhota. Luísa trabalhava em costuras para algumas clientes, á luz do dia fazia o que era possível, deixando para fazer acabamentos de mão, de noite e á luz de candeeiro a petróleo.
O marido de Luísa trabalhava muitas horas, partia de madrugada para Lisboa ou arredores, com um camião carregado de materiais de construção, depois de carregar e descarregar, algumas cargas, dependendo das distâncias a percorrer, voltava a casa já bem tarde muitas vezes, e com o camião carregado de novo para partir bem cedo.
Terei eu, de dizer aqui que, na época dos anos setenta, não existiam telemóveis, e eram poucas as pessoas que teriam telefone em casa, tal como Luísa não tinha, sendo assim, foi numa dessas noites de Inverno que tudo o que foi estranho se passou.
Já perto das dez horas da noite, e de Inverno, Luísa estava sentada, metida na cama, para se proteger do frio, e a trabalhar nos acabamentos das costuras, a sua filhota ainda bebé estava deitada no berço a dormir, ao lado da sua cama, quando de repente escuta alguém a chamar pelo seu nome.
No escuro da noite, lá um pouco mais a baixo na estrada, continuavam a chamar, Luísa abriu a janela do quarto, perguntou quem era, respondeu a prima Adelina, que era prima do marido, com a professora que morava perto dela, e lhe pediu ajuda para cumprir aquela boa ação como vizinha e senhora de boa vontade.
Estavam ali porque o encarregado da fábrica, continuava esperando a MAN para a carregarem, e o motorista não tinha chegado ainda: Iria ele para casa direto sem nada dizer? Enquanto o esperavam no trabalho, para fazer uma nova carrada?
Mas não, ele não tinha ido a casa, e dado o adiantado da hora, Luísa ficou mais preocupada, e disse isso mesmo para as senhoras, levarem na  resposta, se não fosse ter a menina a dormir, e estar ali sozinha sem ninguém que olhasse por ela, ia lá ligar a casa da professora ver se o marido tinha já chegado é fábrica, mas não podia, assim só lhe restava esperar que nada tivesse acontecido, e que ele chegasse a casa bem.
Tudo isto foi falado alto e bom som, da janela do quarto aberta para as suas interlocutoras, escutarem na estrada.
A essa distância escutavam elas, e todas as pessoas que estivessem por perto, ou relativamente, dependeria do impacto das palavras ali ditas entre os montes que circundavam o vale, e Luísa tinha a certeza, alguém mesmo a alguma distância tinha escutado, tudo o que ali tinha sido dito, dado que lhe foi confirmado, pelas cenas seguintes.
Luísa fechou a janela, sentou-se de novo no seu lugar e, se até ali não tinha chegado o sono, agora com a preocupação muito menos iria acontecer, esperava ansiosa pela chegada do marido.
Passaram alguns minutos, talvez uns quinze ou vinte, de repente:
_Um grande estrondo aconteceu, e Luísa ouviu na escuridão da noite, ficou com o coração aos pulos no peito, primeiro o susto, depois o analisar que, aquele bakkk, tinha acontecido bem perto, na outra ponta da casa parecia-lhe, o medo quase que lhe anulou os movimentos.
Poucos segundos e conseguiu pensar… tinha de reagir, tinha de ir ver o que se estava a passar, por si, pela sua filhinha que dormia ali a seu lado, o raciocínio foi direto ao ato, o que poderia ter ali no quarto, para se proteger ou defender, se disso precisasse?
Olhando à sua volta, nada mais tinha do que a sua tesoura de corte e costura, que era uma tesoura relativamente grande. Do outro lado da porta do quarto, só havia escuridão, a única luz existente era a do seu pobre candeeiro de petróleo, ali, no quarto consigo.
Tinha de o fazer, tinha de percorrer a casa para ver se estava alguém mais lá dentro, pegou na sua tesoura numa mão, agarrou-a com as pontas prontas a espetar, fosse no que fosse que lhe aparecesse na frente, na outra mão o seu candeeiro de luz quase mortiça, abriu a porta do quarto, olhou em frente, mas nada viu, a luz que tinha na casa, só a ela dava vida, tinha de atravessar pela sala, para chegar até á cozinha, onde tinha a certeza de que alguma coisa se tinha passado.
Cheia de tanto medo, como de coragem, entrou na cozinha que era grande, olhou à sua volta não viu viva alma, mas, as duas meias portas estavam abertas de par a par, olhando a rua, nada se via, só escuridão, Luísa pensou o que deveria fazer primeiro, em caso de correr algum risco e começou por fazer algo.
Colocou a luz em cima de uma arca, largou a tesoura e pegou uma grande faca de mato, faca que o marido tinha trazido com recordação do seu tempo de tropa na Guiné pegou-a na posição certa, de a espetar fosse onde fosse, mostrou determinação, e acreditou mesmo que foi essa determinação que a livrou de algo pior.
Resolveu ir fechar a porta, a primeira meia porta tinha um fecho no lado de cima, corrido entrava numa chapa que seria a tal segurança do fecho, o do lado de baixo, entrava numa ranhura feita na laje de pedra, com o fim de receber o fecho corrido igualmente, e manter a segurança da porta.
Contudo Luísa tinha a certeza, não estava temporal, e mesmo que estivesse a porta nunca se abria assim, continuava com a lingueta da fechadura corrida, mostrando portanto que estava fechada com a chave, apenas se abriu porque os fechos cederam a grande impulso de força pelo lado de fora.
Depois da porta fechada com a segurança que existia, Luísa pegou de novo o candeeiro, foi espreitar a dispensa, poderia eventualmente alguém lá se ter escondido, mas não havia ninguém, depois foi ver o outro quatro da casa, que ficava ao lado do seu, com tudo parecendo normal, voltou de novo ao seu quarto, para junto da filha e assim esperar que o marido finalmente chegasse, o que aconteceu cerca da uma hora da manhã.
Luísa tem a certeza, alguém ouviu a sua conversa com as senhoras do recado telefónico, alguém pensou que ali estava uma presa fácil, para atacar naquela noite de breu, uma mulher com vinte cinco anos, com tudo para ser desejada, ali naquele casal só e, onde ninguém ouviria por mais que gritasse, alguém pensou que seria fácil.
Contudo, esse alguém, enquanto encoberto pelo escuro da noite, viu que, para além e através daquela luz mortiça, ali estava uma mulher disposta a tudo, a muito mais do que ele poderia imaginar, pensou, retrocedeu, e que seria bem melhor afastar-se, e antes que saísse furado por uma tesoura ou por uma faca de mato, e por aquela mulher, que parecia e não se enganava, disposta para tudo.       

LÍDIA FRADE  

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CONVENTO DE SANTA MARIA DE ALMOSTER



TEU ALTAR E TUA HISTÓRIA

Sendo damas de Rainha
Ou testemunha de milagre
Deixaram tudo que tinham
Sendo a ultima vontade.

Foi escolhida, Almoster
Mosteiro de Santa Maria
Fundadora D. Sancha
Casa da ordem de Cister.

Berengária se fez monja
Com donativos, por inteiro
Santa Isabel ajudou
D. Dinis doou dinheiro.

Do gótico foi nascida
Século treze a construção
De adornos destruída
Hoje…faz doer o coração.

Entre talhas do altar-mor
Tem S. Bento e S. Bernardo
Bem perto, S João Baptista
E Cristo crucificado.

São nichos, muitos altares
Pintura bela estragada
E Nossa Senhora das Dores
Nossa Mãe, tão magoada.

Relíquias, foram esquecidas
Sepulturas, com inscrições
Religiosidades vividas
Descansam em paz gerações.

A parreira foi plantada
Com frutos abençoada
Se fez a maior do mundo.
E lá damas meditaram
Na paz de Deus encontraram
Recolhimento profundo.

A autora Lídia Frade dedicado ao Mosteiro de Almoster publicado do livro
UMA PEDRA NO CHARCO REFÚGIO 






FOTOS LÍDIA FRADE
ALMOSTER A MINHA FREGUESIA DE NASCIMENTO

FOTOS LÍDIA FRADE

ENTRADA PRINCIPAL DO CONVENTO
ALTAR MOR

ALTAR DE CRISTO CRUXIFICADO
FOTOS LÍDIA FRADE


O convento foi fundado em 1289 por D. Berengária Aires, aia da Rainha Santa Isabel e mulher de D. Rodrigo Garcia, em cumprimento do desejo testamental da sua mãe, D. Sancha Pires. As obras resultaram da iniciativa conjunta da fundadora e da Rainha Santa, tendo esta última mandado edificar o claustro e a enfermaria. Após a conclusão das obras, a rainha continuou a manifestar interesse pelo convento, deixando-lhe em testamento cerca de mil libras. A data de conclusão das obras é desconhecida, sabendo-se apenas que aquando da morte da fundadora, em 1210, aquelas ainda não tinham terminado.
Logo desde a sua fundação, o convento cisterciense assumiu uma grande importância em toda a região, como se comprova pela cobrança de dízimos e pelo recebimento de um foro de uma galinha por habitação erguida no Couto de Almoster, em vigor até à extinção. De entre as várias religiosas que aqui professaram, há a destacar D. Violante Gomes, mãe de D. António, Prior do Crato.
TEXTOS WIKIPÉDIA


MUITOS ALTARES EM TALHA DOURADA QUE ACOLHEM VÁRIAS IMAGENS MAS...TODOS JÁ COM MUITA DEGRADAÇÃO, PELOS SÉCULOS DE EXPOSIÇÃO
A PIA BATISMAL FAZ PARTE DE UMA CAPELA COM MAIS UM ALTAR EM TALHA DOURADA, A IMAGEM DESTE ALTAR TEM MUDADO CONTANDO COM O GOSTO E IDÉIAS, DAS PESSOAS EM DIVERSAS ÉPOCAS, JÁ AQUI CONHECI NOSSA SENHORA DE FATIMA
FOTOS LÍDIA FRADE
O edifício foi alvo de diversas campanhas de obras ao longo dos séculos, que lhe vieram alterar a austeridade primitiva característica dos mosteiros cistercienses. Logo no século XVI, foi construído o coro por Bernardo Anes, em 1525. A lápide de Gil Eanes da Costa e da mulher, colocada na capela-mor da igreja, data de 1542. No século XVII, foi levada a cabo a campanha de colocação dos painéis de azulejaria e dos retábulos e nichos revestidos por talha dourada barroca. Ainda deste século datam a fonte da crasta e a fonte monumental do claustro (de 1625), e a porta de madeira do pórtico (executada em 1686). No século XVIII, a igreja sofreu intervenções significativas, de que resultaram os ornatos de alvenaria e os arranjos nas absides, bem como na execução do presépio.
TEXTO WIKIPÉDIA




FOTOS LÍDIA FRADE

Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o convento foi progressivamente votado ao abandono, entrando numa fase de delapidação e de destruição do seu rico património que iria durar até quase aos meados do século XX. Ainda em 1910, a igreja foi vandalizada e roubada, tendo desaparecido azulejos, quadros e um pórtico que existiu na Casa do Capítulo. Nos anos 50 do século XX, o estado de degradação a que o conjunto chegara levou à substituição da cobertura abobadada da nave central pelo actual tecto de madeira. O órgão e a pedra de armas sobre o pórtico principal já haviam sido apeados, enquanto que o edifício anexo à igreja se encontrava transformado em vacaria. Desde então, o conjunto tem sido objecto de uma vasta intervenção de recuperação, que lhe procura conferir algumas das suas características originais.
TEXTO WIKIPÉDIA

FOTO LÍDIA FRADE
Arquitectura e Arte

Pórtico principal.
A igreja segue a tipologia simplificada do gótico mendicante escalabitano, apresentando os volumes escalonados da cabeceira, de três capelas rectangulares, e das naves. A fachada poente é dividida em três panos divididos por contrafortes, reflectindo as três naves de diferentes alturas. O registo superior do pano central é rasgado pela rosácea. A fachada nascente contém o óculo da capela-mor e apresenta frestas nas absidais, sendo estas rasgadas por janelas quadrangulares. Na fachada norte, encontram-se adossados o claustro e a sala do capítulo. Finalmente, a fachada sul é rasgada por três estreitas frestas e pelo grande pórtico da igreja, inserido em gablete. Esta parede é corrida, a meia altura, por uma cachorrada de pedra, que encima uma arcada de nove vãos em arcos de volta perfeita sobre pilares de cantaria. O pórtico apresenta três arquivoltas góticas bem delineadas, arrancando de quatro colunas capitelizadas e de dois pilares de pedraria. Do lado direito da porta, ergue-se uma capela de invocação de Nossa Senhora da Piedade, hoje transformada em casa de arrecadações do convento, que possui um abobadado de artesões firmados com rosetas nos fechos. À entrada do recinto conventual existe uma fonte antiga que possui, a preencher o nicho da espalda, uma imagem de pedra de S. Pedro, datada do século XV.

Vista geral do Claustro da Rainha Santa.
O interior da igreja é de três naves, com cinco tramos de arcos de ponta de lança arrancando de robustas colunas capitelizadas. O espaço interno do templo encontra-se dividido pela construção de um coro baixo maneirista, que separava a zona das religiosas da parte destinada aos leigos. A capela-mor está coberta por uma abóbada arrojada de cruzaria de ogivas e as duas absidíolas abrem para o corpo da igreja por arcos quebrados. As absides ainda mostram no exterior a típica cachorrada trecentista. Todo este interior encontra-se forrado de azulejos seiscentistas dos tipos padrão e tapete, azuis e amarelos, que se estendem às paredes das naves laterais, à absidíola direita, à capela-mor e ao tímpano, onde existe um quadro cerâmico embutido, no qual figura a Eucaristia. No parietal do lado da epístola, existem vários silhares embutidos, um dos quais representando Nossa Senhora do Rosário. A capela colateral do lado do evangelho possui restos de um revestimento cerâmico setecentista, de pintura azul sobre esmalte branco. Nas paredes da capela-mor existiram quatro painéis de madeira dos meados do século XVI, representando S. Bento e S. Bernardo, A Adoração dos Pastores, A Ressurreição e O Pentecostes, encontrando-se actualmente numa colecção privada de Lisboa.

Vista geral do interior da igreja.
Fronteiro à porta de acesso à igreja, encontra-se um altar decorado com um frontal azulejado do século XVII, de influência oriental, limitado por uma bordadura de floreados. Este altar, dedicado a S. João Baptista, merece ainda destaque pela talha barroca que o reveste, datada da mesma altura que as da capela absidal esquerda e da capela-mor. No antigo coro baixo, já desprovido do coro superior e do tabique do cadeiral, existem altares de talha dourada, parcialmente desprovidos das respectivas peças decorativas. O altar colateral esquerdo guarda uma escultura de madeira do século XIV, representando Cristo Crucificado. Neste altar de talha dourada, encontram-se ainda duas pinturas sobre tábua do final de quinhentos, representando S. João Evangelista e o Stabat Mater, que constituem obras do ciclo maneirista escalabitano. O altar oposto, dedicado a S. José, é também ornado de talha setecentista, de dourado um pouco sumido, enquadrando quatro pinturas sobre madeira igualmente do final do século XVI, representando cenas relativas ao padroeiro: O Sonho de S. José, A Fuga para o Egipto, O Menino entre os Doutores e A Morte de S. José, produções maneiristas escalabitanas com inspiração italiana. Na parede do coro baixo, do lado da epístola, merece destaque um altar de talha arruinado, com colunas salomónicas enquadrando quatro painéis de madeira, do mestre lisboeta Diogo Teixeira, representando A Apresentação da Virgem no Templo, A Apresentação do Menino no Templo, A Assunção da Virgem e O Nascimento da Virgem.
O conjunto conventual engloba dois claustros, encontrando-se o exterior muito arruinado. O claustro interior, designado como Claustro da Rainha Santa, corre o flanco da igreja e remonta aos princípios do século XIV. Os seus capitéis são decorados com motivos geométricos, antropomórficos e heráldicos. Na parede evidenciam-se ainda restos de três pinturas a fresco, possivelmente episódios da vida monacal dos séculos XVII ou XVIII. Neste lanço da crasta divisa-se, entre outras, a lápide seiscentista de D. Violante Gomes, a Pelicana. Neste claustro existe ainda uma fonte de embutidos rematada em pináculo, obra datada do tempo da abadessa D. Brites Mendonça. A Sala do Capítulo é corrida por um silhar de azulejos setecentistas, azuis e brancos do tipo jarras, servindo de dossel aos bancos. O pavimento desta sala é coberto por várias lajes sepulcrais de abadessas do convento.

TEXTOS E FOTOS INSERIDAS WIKIPEDIA

ESTA TORRE DO SININHO FOI UMA OBRA RECENTE COM CERCA DE QUARENTA ANOS
FOTO LÍDIA FRADE
UM PORTICO QUE SERIA FECHADO Á SECULOS ATRAZ E, QUE DAVA ENTRADA PARA A CERCA DO CONVENTO

TERRENOS QUE UM DIA ERAM PERTENÇA DO CONVENTO
FOTOS DE LÍDIA FRADE