quarta-feira, 26 de março de 2014

IV ENCONTRO DE POETAS DA NOSSA TERRA+++++ SANTARÉM BIBLIOTECA BERNARDO SANTARENO!

A CONVITE DA ORGANIZAÇÃO ALI ESTIVERAM PRESENTES UM GRANDE GRUPO DE POETAS RIBATEJANOS, NOS QUAIS ME INCLUO E A QUE NÃO PROCURO SEMPRE ESTAR PRESENTE, PELO CONVÍVIO E AFIRMAÇÃO DE RIBATEJANA.


FOI-NOS PROPOSTO UM TEMA, COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL, COMEMORANDO IGUALMENTE O DIA MUNDIAL DA POESIA!!!





RESPOSTA…. PARA ARY DOS SANTOS
 ÀS PORTAS QUE ABRIL ABRIU!

                                   Continua a ser país                                        
Sem guerras, ou dimensão!
Apenas é nossa raiz
E nosso querer de coração
Beiras de terra, ou beiras de mar
De sobredos e enredos
Com os mesmos socalcos e atalhos
Veredas que nos dão medos,
Sem indústrias, sem trabalhos
Sem o verde das searas
Dos montes só as queimadas,
Que de negro se vestem enseadas.
Nos rios já não se miram…
Mais… com desespero se atiram
E se o sustento lhe retiram
Pagam caro…com vida e ais,
E não tendo tempo p,ra mais,
Hoje só têm uma certeza!
Não sabem… nem vão comparar!
Mas não ter… com que comprar
Foi passado, é o presente, foi pobreza
Mas continua a ser tristeza.
Era uma vez um país
Que de longe, é nossa raiz
Que continua a contar
O pão que não tem para dar
Pelas ordens… do não semear.
Que já não vive algemado
Mas proibido de pescar
Num país que só tem mar
E tudo o que o serve, confiscado
Parado, e servilmente roubado.
Era e é, uma vez um país
Onde as minas se fecharam
Os olivais se arrancaram
Os subsídios se instalaram
Onde a palavra explorado
Deixou de ser, do desgraçado
Passou a ser, do tributado
Que pode não dormir com o gado
Mas corre o risco de o ser
Confiscado, despojado
Se não chegou, seu contributo
Para os que comem calados !!!

Era uma vez um país
De tal maneira explorado;
Foi nos tempos do passado!?
E hoje?.... digam vocês!?
As multis desapareceram
Sem motivo ou explicações
Foram os monstros que açoitaram
As hienas que assaltaram, que roubaram
Sonhos e alegrias, e pulsar de muitos corações.

É desta vez um país
Onde desemprego é a chaga
Com idas e vindas de esperas
Das esquinas e das praças sem feras
Em Centro de Empregos sem sonhos
Onde o nosso sol, que ao despontar aquece
As filas… de quem já se conhece
Este povo desiludido e sem garra
Que já nem á luta se amarra
Que já não quer carregar,
As tais sete pedras na mão,
Nem a poesia, 
De uma pedra de lua
No lugar do coração.

Nesta terra, e neste chão
Já ninguém é amigo, ou irmão
Não comem da mesma ração
Não dormem na mesma cama….
Nem comem do mesmo pão,
Mesmo que assim seja o querer
Aqui… já foi um chão que deu uvas
Do antes quebrar que torcer,
Já fúria de viver,
Neste país, sempre a minguar
De espingardas em mãos erradas
Doutores…que o são…. a favores,
Que não conhecem terra, o arado, ou enxadas.
Se Portugal renasceu
Também governou quem quis!
Passou assim, por mãos estranhas
Sem convencer a raiz,
Este povo que se curvava,
E que vivia infeliz,
Passou a moldar suas manhas
Também quis, ser burguesia
Acenaram-lhe com notas
Com cartões de mais valia
E se agora, ninguém mais cerra,
As portas que abril abriu,
Vão aproveitar as rotas
Que a Europa permitiu,
Vão ao trabalho os ganhões
Por aqui… nem vão sobrar as pensões,
Á pedreiros sem patrões
E muitos que nem profissões.
Que a história… o irá contar!
E neste país de poetas
Nem Ary, se ia lembrando,
Que as portas que Abril abriu
Também nos roubava metas
O progresso nos fugiu
Com juventude, são vidas incertas
E tudo se consentiu.
E as portas que abril abriu
Caíram apodrecidas
Viciadas, inchadas, esvaídas,
Deixaram, de haver fascistas
Mandam mais, os agiotistas,
Mas este povo está mole
Come piza… e apanha sol!

Quem vai lutar por um País?
Que é chão nosso de raiz,
Onde a indiferença é o mote,
Estamos entregues á má sorte,
Uma alcateia de cães danados
A que dão tréguas desarmados
Alguns ninhos de serpentes
Neste nosso chão ardido
Onde não, germinam sementes
Num Estado de confusões,
O que o futuro nos vai dar
Serão uns bons trambolhões.

São horas de voltar á terra
Que é a barriga da mãe
Hora de voltar ao mar também,
E se houver gente semente
Bem firme, e de boa casta,
Venham todos, de todos, basta
Organizem-se, e façam querer
Chegou o dia de correr
Com a escumalha organizada
Hoje… já nem fazem promessas,
Pois foram armas, de arremessas
Atiradas ao calhar
Hoje ninguém mais, vai acreditar.

 POEMA DE LÍDIA FRADE