quinta-feira, 26 de julho de 2012

POR UMA NOITE DE DORMIDA EM PEREGRINAÇÃO A FÁTIMA!!!



Uma semana atrás fui em passeio por aqui, resolvi fotografar esta quinta, e contar uma pequena história relacionada com este bonito local!!!



Passaram mais de quarenta anos, eu, como muitas outras jovens da época tínhamos muita juventude dentro de nós, e uma alegria controlada, pela época que se estava a viver, muitas carências sociais, mais ainda do que hoje, e uma guerra, que aprofundava e agudizava, todo o desenvolvimento e perspectivas de vida para os jovens da época.




Os homens partiam em serviço militar, em nome de uma Pátria dispersa, que se dizia grande, quando se dizia, ser tudo Portugal.

Hoje, reduzido a nada, ou a lixo, com a classificação actualizada!!!

Contudo tenho muito orgulho no que sou como pessoa, e em igual valor como Patriota e bem Portuguesa!!!




Passaram os anos, mas a minha história de vida, passou uma noite por esta quinta, que hoje encontrei um pouco mais descuidada, do que nessa época!!!




Eu fazia parte de um grupo, que ia em peregrinação a Fátima, tudo gente vizinha ou conhecida, a maioria jovens raparigas, que como eu, iríamos oferecer os nossos sacrifícios de viagem à virgem, pelo regresso da guerra, e com saúde, dos namorados, ou maridos, pois tal como eu, que casei com dezoito anos, já havia mais algumas no grupo casadas.




Tínhamos ainda um organizador da viagem já com uma certa idade, e algumas senhoras também de idade madura.

Saímos da aldeia de Atalaia de Almoster de manhã cedo, fazia muito calor, paramos para almoçar, quando refrescou um pouco, recomeça-mos a caminhada, mas quando chegamos aqui ao rio Alviela o cansaço já era muito, e tentar chegar a Minde, seria demais.




O nosso dirigente de grupo foi falar com alguém desta quinta, pois já era normal eles darem abrigo de noite aos peregrinos que seguiam o caminho de Fátima, quando veio ter connosco, já trazia a resposta, ficaríamos aqui e partiríamos ás cinco da manhã para a nossa segunda etapa.




Comemos alguma coisa para servir de jantar, do pouco que levávamos no saco e, depois de nos lavarmos no rio, seguimos para a sala que nos foi disponibilizada para dormirmos no rés do chão, até tinha várias camas de ferro, com uns velhos colchões, que pareciam limpos, era o aconchego possível.




Todas levávamos um cobertor leve, colocamos um por baixo de nós, em cima do colchão, mais um ou dois para nos tapar, e ficávamos no mínimo três em cada cama.




Cada uma se preparou à sua maneira para dormir, mas éramos muitas mulheres juntas, e a conversar, dormir... não era connosco, era mais a conversa, ou até o riso de algumas graças momentâneas.




Numa dessas conversas mais animadas, lembro uma senhora mais velha que ia connosco, hoje já falecida, que, ao ver as mais jovens, vestidas para ir dormir, umas talvez com camisas de noite, pois creio que as senhoras na época, não usava pijama, mas, umas camisinhas de alçinhas, folhinhos, e rendinhas, decerto que vestiram.




Eu por mim vesti apenas uma combinação que se usava com vestidos finos, muito bonita de nylon, cor de salmão, com rendinhas e uma racha na frente da perna, contornada com rendas.

Quando a dita senhora nos viu assim, foi com um olhar de admiração, um riso de trocista, e disse mais ou menos estas palavras, que nos deixou a rir, durante muito tempo.




"Se o meu homem me visse, com umas coisinhas destas vestidas, não teria tempo para dormir, durante muitas noites, e teria ainda de certeza, outros tantos filhos!!!"




"E têm estas meninas, os maridos e namorados longe delas!!!"




Claro que foi risada geral, e logo queríamos saber afinal, como é que ela ia para a cama, para dormir, e não ter mais filhos.




Como esta, muitas outras histórias, por certo se vão passando no caminho de uma peregrinação, e que me desculpem, os mais pudico e santinhos!!!









FOTOS E TEXTO DE LÍDIA FRADE

sexta-feira, 20 de julho de 2012

OLHOS D`ÁGUA DO ALVIELA!!!PASSEIO DE RECONHECIMENTO, EM FIM DE TARDE, PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO, ALVIELA!!!

DESCONTRACÇÃO TOTAL!!! 

CAUDAL AINDA MUITO RAZOÁVEL!!! 

A PONTE É A PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM!!!

ONDE FOI CONSTRUÍDO UM EDIFÍCIO DE APOIO!!!

ONDE ESTÁ UM RESTAURANTE E ESPLANADA ACOLHEDORA!!!

A QUEDA BAIXA DA ÁGUA VINDA DO NASCENTE!!!

A QUEDA DE ÁGUA NA PASSAGEM AO LEITO DO RIO, INICIANDO ASSIM O SEU  PERCURSO!!! 


CAMINHANDO PARA SUL!!!


VINDO DA NASCENTE!!!

EDIFÍCIO DA CIÊNCIA!!!

ESTRADA ELEVADA Á NASCENTE!!!

SAÍDAS NAS ROCHAS DE PEDRA, POR ONDE DURANTE OS INVERNOS, REBENTAM E CORREM ÁGUAS QUE SE JUNTAM ÁS DA NASCENTE PRINCIPAL!!!

ACESSOS PEDESTRES VEDADOS!!!

INDICAÇÕES GERAIS!!!

MINHAS CONSIDERAÇÕES, GOSTEI DE VOLTAR!!! E FAZER ESTE RECONHECIMENTO LOCAL!!!

MEU PASSEIO DE RECONHECIMENTO, ATÉ Á PRAIA FLUVIAL DA NASCENTE DO ALVIELA!!!


PASSARAM ALGUNS ANOS DESDE A MINHA ÚLTIMA VISITA E, FIQUEI SURPRESA!!!


ESTÁ TUDO MUITO BONITO, ATÉ O 1880!!!

ESTA A VISTA GERAL DESTA PRAIA FLUVIAL!!!

BEM INFORMADA E ASSINALADA!!!

POR AQUI DESCE A ÁGUA DA NASCENTE!!!
LOCAL APRAZÍVEL,  PARA UM FIM DE TARDE!!!

FOTOS LÍDIA FRADE

SEGUIREI COM MAIS FOTOS DOS ARRANJOS E ESPAÇOS CIRCUNDANTES DA PRAIA!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

RIBATEJANO,BERTINO COELHO MARTINS, UM TRABALHO POR AMOR!!!

ESTE LIVRO FOI-ME OFERECIDO PELO AUTOR

UM LIVRO DE UM GRANDE RIBATEJANO, MUSICO E ESTUDIOSO DAS SUAS RAÍZES BERTINO COELHO MARTINS

COMO TENHO A HONRA DE O RECEBER COMO OFERTA DO AUTOR,
AQUI ESTOU A MOSTRAR UMA OBRA DE RELEVO, DE UM RIBATEJANO, E PARA QUALQUER RIBATEJANO TER NA SUA BIBLIOTECA CASEIRA.

ACONSELHO A COMPRA DE ESTE LIVRO A TODOS OS QUE TRABALHAM ATÉ COMO HOBI COM A MUSICA TRADICIONAL PORTUGUESA, AQUI REPRESENTADA COM LETRAS E MUSICAS, PARA DELICIA DOS ENTENDIDOS, 
CREIO PODEREM ADQUIRI LO, NA BIBLIOTECA MUNICIPAL BRAAMCAMP FREIRE EM SANTARÉM 




TEXTOS E DIVULGAÇÃO DE LÍDIA FRADE

quinta-feira, 5 de julho de 2012

PONTE DO CELEIRO, SANTARÉM, PELOS CAMINHOS DO RIBATEJO


RECORDAÇÕES
Recordo os pássaros
Chilreando nos salgueiros
E o vibrante cantar das rãs
Na corrente lenta dos regueiros.
E chapinhar descalça, livremente
Na água límpida da rega
Que corria docemente.
Recordo…
A música suave, tocada pelas brisas
Na folha das caneiras
E o brincar às casinhas
Sob a grande copa das nespereiras.
Recordo ainda, quando subia a cada árvore
Ofegante de ansiedade
Escalando o ramo mais alto
Sentir total liberdade.
Apanhar a fruta fresca,
Que mais me fosse de agrado
Comê-la ali, reluzente e sumarenta,
Que prazer, só hoje valorizado.

Lídia Frade



Foi aqui nesta fazenda que nasci, hoje tem uma entrada mais sofisticada, descendo esta estrada e no mesmo lugar onde se pode ver um pouco de uma vivenda de dois pisos, estava uma casinha branquinha, baixinha, onde nasci.
Hoje a fazenda que na época era um paraíso, os terrenos que eram todos semeados, cavados, onde se criava tudo, que por sua vez minha mãe vendia na praça de Santarém, agora só pinheiros e outros arbustos crescendo selvaticamente.
Esta uma foto feita a alguns km de distancia, tendo algumas casas do Reimão, Fontainhas, um pouco mais ainda no fundo longínquo com cerca de 7 km alguns prédios de Santarém. 

A FAZENDA, ONDE VEIO A LUZ AO MUNDO

Era aquela a fazenda, ONDE VEIO A LUZ AO MUNDO, era linda, e Dalila tinha um grande orgulho de ter ali nascido, não era de terrenos planos, antes pelo contrário, mas parecia um livro que se abria, ilustrado pelo maior dos artistas.
Ali em Ponte do Celeiro, nome atribuído por na entrada da povoação haver uma ponte sobre a vala de Asseca, ali de passagem para a Ponte da Asseca.
Junto da mesma ponte havia uns celeiros para guardar os cereais cultivados ali pelos pauis circundantes, e assim nascia a Ponte do Celeiro entre vales e montes, salgueiros e caneiras, pinheiros carrascos e aroeiras, casas ou casais dispersos.  
Para Dalila aquele era, e será sempre, um lugar de eleição dentro do seu coração, por tudo o que lá viveu, com pessoas que muito amou e ama, porque lá cresceu, e aprendeu a amar cada pedaço daquela fazenda, e era realmente um paraíso terreno, que guardou para sempre no seu coração.

A FAMÍLIA
Era a fazenda do bisavô Luís Môco, que Dalila não conheceu e que, ali na época, era já do Isidro do Luís Môco, seu tio-avô, que vivia em metade com a sua família, e da avó Joaquina do Luís Môco, mãe de Julieta que ali vivia também, e onde fez continuidade da sua família.
Contudo apesar de a fazenda ser herança da avó Joaquina, Dalila sempre ligou mais o local à figura do avô Zé Franquinho, avô materno, não por alguma vez o ver trabalhar na fazenda. Ele era até uma pessoa frágil e tinha contraído alguns anos atrás a doença da tuberculose, esteve num sanatório em tratamento, mas na época a cura era difícil, e a doença dominava sempre o percurso de vida.
Para além desse facto e porque era uma figura que sempre impressionou Dalila ao longo dos anos, pela sua postura, elegância, sempre impecavelmente vestido, diferente dos outros homens, sem ser com roupa de cotim, como normalmente andavam vestidos todos os trabalhadores da aldeia, era o avô que melhor conheceu, o seu avô Zé.
Depois a avó Joaquina pegou logo ao colo Dalila assim que veio ao mundo, que lhe ouviu os primeiros gritos, o primeiro choro de luta pela sobrevivência, forçados como ela lhe contava, foi a primeira neta, e a primeira filha, e a primeira menina na família, já havia dois rapazes primos e já bem crescidos, filhos da sua tia Ermelinda.

POESIA, TEXTO E FOTOS, LÍDIA FRADE