Bernardo Santareno
Foram talhadas, do mesmo pão,
As obras de Santareno
Ele assim disse, sem confusão
Em diálogo, pouco ameno
Foi pão, que o diabo amassou
Pois nada nele foi sereno!
Foi poeta das verdades, Das duras realidades
Com que a vida o confrontou
Foi dramaturgo convicto
Não querido… nem bem visto
Na sua escrita, que amou. Foi de inquietação total
Sofreu na pele, esse mal, E seu saber, foi muito além
De um simples médico, Em Santarém.
Deu ao Mundo, o seu saber, Ó gentes do meu País
E deu-se ao mar, no seu querer, Por lhe faltar a Raiz.
Como médico, ou pescador,
Entre cada vaga, escreveu sonhos
Entre cada sonho, escreveu a dor
E em cada cena, escreveu a vida
E em cada vida, mais dor, que amor.
Foi sua arte! A cultura intemporal.
Pela sua dor sentida, De incompreensão irracional
Chegou a raiva… o cansaço,
Entre o seu querer, e os nãos,
Da recusa Nacional.
Desistindo… chegou a morte
Acabando assim o frenesim,
De um artista, de um escritor
Bernardo Santareno
Fez descansar os tormentos
De um dramaturgo, infernal!
Poema de Lídia Frade
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