domingo, 15 de setembro de 2019

AS MINHAS VELHARIAS, NA CASINHA RIBATEJANA!!!







MAIS UMA CRIAÇÃO MINHA DE QUE MUITO ME ORGULHO NA MINHA HORTINHA DA CASINHA RIBATEJANA!!!

MINHA NOITE, MEU DIA
RIBATEJO

 Rolando na estrada atenta
Desfaço a distância que resta
Da minha casinha modesta
Na aldeia, que espera e acalenta
Meus sonhos de um dia voltar
Que hoje eu procuro acertar
Num dia de folga, apenas
Faço acrescentar o meu tempo
Na noite que oferece mecenas
Ao meu descansado alento,
Já noite, a reconfortante calma
Do pequeno quarto, onde me deito.

E quando desperto renovada, como a aurora,
Onde escuto os cães vadios,
Guardiões do nada em alerta,
Refletem os movimentos,
Anunciam, a manhã que desperta,
Com um incessante pilpirrear, em crescente
Dos passaritos, que saúdam quem lá mora
Ali por perto, as rolas nas oliveiras,
Me encantam com seu arrulhar  
E na saudade, deste meu estar ausente
Eu vou pensando, saboreando,
Cada momento do presente,
Eu vou apreciando a minha vida,
E tudo o que nela conto, nesta hora.

Um pouco mais, e já o sol está a raiar
Um pouco mais, já eu me vou levantar
Abrindo as minhas portas, par a par
Eu olho o céu, saúdo a minha manhã
As minhas plantas do quintal, eu vou espreitar
Nas orvalhadas, refresco-me em vida sã
Com as minhas mãos na terra,
Arranco urtigas, e muitas ervas daninhas,
Que crescem assim sem parar.

Meus lírios brancos floriram,
Mostrando o chegar, de radiosa primavera,
E as minhas camélias brilhando,
Entre gotas e pérolas de orvalho,
Na linda cor, de rubra e madura romã,
Voam as flores dos pessegueiros,
Voando… como se fossem leve quimera.

Giestas, alecrins e rosmaninhos,
Entregam-se, ás abelhas em seu afã
Os legumes, em canteiros alinhados,
Crescem, em cada semana a passar,
Amadurecem, pelos meus carinhos afagados.

E mal começou, ou bem começou meu dia,
Em pequeno-almoço de doces aromas
Nos pequenos mimos, de um dia especial
Na saudação a quem está próximo, em alegria
Ou alguém anónimo, encontrado ao caminhar,
Nas fotos que se fazem, para um dia recordar.
Já a fogueira que se ateia, para o churrasco fazer,
Com a mesa no alpendre, para ali mesmo comer
Os tomates e alfaces, ainda na terra a crescer
No meu quintal de regalos, que eu olho com prazer.

O repasto de um almoço, bem diferente e prazeroso,
Onde se integra a diferença, de mais sabor e odor
Onde o descanso da sésta, e num relaxe amoroso
Vai chegando a tarde calma, em passeio de namoro
Vai assim fugindo a folga, no seu sentido valor
Chega a hora de pensar, no regresso á cidade
Já são horas do jantar, pois já está a anoitecer
Hora ainda para pensar, sentindo alguma vaidade.
E nesta avaliação total, pode até haver cansaço!...
A fasquia ficou alta, de tudo o que quero fazer
São dias num caminhar, atrás de um, outro passo
Atrás da noite, outro dia, vivido com muito prazer.

Lídia Frade







4 comentários:

  1. Que lindas "velharias"...Adorei e aquela mosca achei muito legal! Não tinha visto assim! bjs, chica

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  2. OBRIGADO MINHA QUERIDA!!!
    GRANDE BEIJINHO!!!

    LÍDIA

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  3. Adoro essas velharias!
    Bom gosto na sua exposição.
    O poema é lindo!
    Biejinhos,
    Ailime

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    Respostas
    1. OLÁ AILIME
      OBRIGADA PELA VISITA, SÓ AGORA E UM MÊS DEPOIS VI QUE NÃO TINHA AGRADECIDO AS SUAS AMIGAS PALAVRAS.
      DEIXO UM BEIJINHO LÍDIA

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